Sedã alemão mantém a construção em alumínio e adiciona o máximo da  tecnologia
                Apesar da pose, a  briga no andar de cima é encarniçada. As  marcas de luxo têm obrigação  de fazer dos modelos top o supra-sumo da tecnologia  automotiva. E as  exigências vêm crescendo ao longo dos anos. Até pouco tempo,  bastavam  "apenas" pencas de traquitanas eletrônicas, abundância de materias   nobres e performance superlativa. Agora é preciso tudo isso e ainda  equipamentos  inéditos, eficiência energética, para ser ecologicamente  correto, e recursos de  segurança inovadores. Tudo isso a Audi integrou  ao novo A8.
O maior sedã da marca alemã desembarcou no Brasil em outubro passado  quase um ano depois de surgir na Europa e nos Estados Unidos  apenas na versão 4.2 FSI Quattro e com a estrutura e carroceria em alumínio, que acompanhava o modelo nas duas gerações anteriores. Esta configuração, das mais apimentadas, exibe veementes qualidades em cada pré-requisito da categoria.
 
O maior sedã da marca alemã desembarcou no Brasil em outubro passado  quase um ano depois de surgir na Europa e nos Estados Unidos  apenas na versão 4.2 FSI Quattro e com a estrutura e carroceria em alumínio, que acompanhava o modelo nas duas gerações anteriores. Esta configuração, das mais apimentadas, exibe veementes qualidades em cada pré-requisito da categoria.
                A própria tabela de  preços deixa bem clara a posição do  modelo no mercado. O valor inicial é  de R$ 505 mil. Mas pode chegar a exatos R$  673.315, com opcionais como  teto solar com células solares a R$ 12 mil, sistema  de som dinamarquês  Bang & Olufson a R$ 42.768 e o pacote batizado Balloon  Brown, que  inclui 16 elementos de conforto, acabamento e estética, a R$ 113.547.   Esses opcionais só servem mesmo para dar um brilho maior a uma lista de   equipamentos e de recursos já impressionantemente completa.

                Como costuma acontecer  no segmento de luxo, boa parte da  tecnologia acaba sendo dirigida para  recursos de segurança  mais justificável  racionalmente que  massageadores de costas, também presentes no A8. Os que mais  chamam a  atenção no sedã da Audi são o Night Vision  sistema que detecta e   alerta para a presença pessoas e animais a até 300 metros , e o  Stop&Go, um  controle de cruzeiro que regula a distância para os  veículos à frente e é capaz  até de parar totalmente o carro  em um  semáforo, por exemplo. Outros mais  "comuns" também estão lá, como leds  nos faróis, sensores de obstáculos com  câmara, sensores laterais para  ponto cego dos retrovisores, airbags frontais,  laterais e de cortina,  ABS e ESP, entre outros.
 
                A performance do carro  justifica estes aparatos. Sob o  capô, o A8 traz o propulsor 4.2 V8,  retrabalhado e modernizado. Para esta  geração, ganhou 22 cv e chega a  372 cv de potência e 45,4 kgfm de torque. Os  1.835 kg do A8 o deixam  110 kg mais leve que a BMW 750 e 120 kg que a  Mercedes-Benz S500,  vendidas no Brasil. O propulsor conta com injeção direta e é  gerenciado  por um câmbio automático sequencial de oito velocidades, que aciona  as  quatro rodas. Segundo a Audi, o A8 cumpre o zero a 100 km/h em 5,7  segundos e  a máxima fica em 250 km/h por corte da central eletrônica.
 
                Os demais aspectos do  A8 também evoluíram para acompanhar a  melhora na performance. O novo  desenho da estrutura em alumínio incrementou a  rigidez torcional no A8  em 25% e  asuspensão é multibraços e amortecida a ar. O  modelo dispõe  ainda do sistema Drive Select, que muda o comportamento de motor,   suspensões, direção e transmissão entre os modos Comfort e Dynamic   pode ser  colocado em modo Auto, para o carro se adequar ao modo de  condução do  motorista.

 
                Mas é no interior que o  A8 apresenta suas melhores armas de  sedução. Tanto pelos aspectos de  conforto quanto de tecnologia. A principal  interface entre motorista e  carro se dá através de duas telas instaladas no  painel. Uma de 7  polegadas entre os instrumentos, para sistemas de auxílio à  condução e  outra de 8 polegadas, que se projeta do console central, para o  sistema  multimídia e equipamentos de conforto.
 
                O acabamento é todo em  couro negro com uma faixa creme. Os  painéis são em rádica, alumínio e  couro pespontado. Os bancos dianteiros têm  regulagem elétrica até para a  abertura das abas laterais  além dos  massageadores. Atrás, há dois  bancos individuais com regulagens de reclinação.  Eles são separados por  um largo console, onde estão controle de som,  ar-condicionado e até  iluminação  afinal, muitas vezes é ali que se instala o  público-alvo  do modelo. Tudo isso mostra que o A8 está atualmente em situação   privilegiada em relação aos rivais. Afinal, nessa corrida das marcas de  luxo, o  último a chegar ao mercado normalmente acaba sendo o melhor   colocado.
 
Ponto a ponto
Desempenho -  A  ideia da Audi do Brasil na hora de escolher uma versão do A8  para o  país era suavizar ao máximo a imagem conservadora de um sedã grande. Daí   a opção por um modelo de muita potência e capaz de apresentar um  comportamento  bastante esportivo. A aceleração do A8 é daquelas que  comprime o corpo contra o  encosto. O zero a 100 km/h é cumprido,  segundo a Audi, em 5,7 segundos. O motor  4.2 V8 de 372 cv, gerenciado  por um câmbio de oito marchas, teria fôlego para ir  além dos 250 km/h  de máxima, se o limitador eletrônico deixasse. Nota  9.
 
Estabilidade  - O  sedã da Audi se vale de recursos como ESP, tração  permanente e  suspensão regulável para mostrar um comportamento absolutamente  neutro  em qualquer velocidade. Os pneus 275/40 R19 também ajudam a manter o  Audi  grudado na pista. Levado ao limite, apresenta uma leve tendência  de rolling   afinal, são quase duas toneladas. Nota 9.
 
Interatividade -   Além de todas as informações estarem sempre expostas nas  duas telas de  cristal líquido, o A8 aceita sintonias finas. Pode-se controlar   ou  deixar no modo automático  a rigidez de suspensão, o peso da direção e o   regime de rotações. Tudo que ocorre no motor ou no entorno do carro  fica  permanentemente disponível. Além disso, muitos itens são  individualizáveis,  principalmente com os opcionais, que incluem ar  automático com quatro zonas e  memória para bancos, espelhos e volante,  entre outros. Nota 10.
 
Consumo -  Durante o  teste, o A8 mostrou um consumo médio de 6,1 km/l, valor  aceitável para  um carro de quase duas toneladas, com um motor de 8 cilindros e  com  uma  performance de alto nível. Nota 7.
 
Conforto -  Por  dentro, o A8 é comparável à primeira classe de um voo  internacional.  Quatro ocupantes têm espaço e mimos de sobra. Os bancos mais  parecem  poltronas, com a vantagem de ter regulagens elétricas. Um quinto   passageiro  possível caso o console central traseiro seja rebatido   não teria  vida tão boa. A suspensão regulável permite que a escolha  entre rigidez e  conforto possa ser feita caso a caso. Nota 9.
 
Tecnologia -  A  principal função do A8 é exatamente provar a capacidade  tecnológica da  Audi. Os principais recursos disponíveis na marca estão lá:  estrutura e  carroceria em alumínio, motor V8 retrabalhado, câmbio de 8 marchas,   sensores no entorno do carro, recursos de auxílio à condução e máxima  eficiência  em todos os setores. Nota 10.
 
Habitabilidade -  Os  acessos ao interior são facilitados pela amplitude das  portas. Afinal,  são 5,14 metros de comprimento e entre-eixos de 2,99 metros. Daí  o  enorme espaço interno, muito bem aproveitado na arquitetura do A8. Há um   número razoável de porta-objetos no interior e o porta-malas é bem  generoso, com  capacidade para 510 litros. Nota 9.
 
Acabamento -   Impecável. Dos materiais empregados à construção, tudo é   milimetricamente preciso. Nada é esquecido. Nem mesmo onde a vista não  alcança,  como a parte sob o painel ou sob a caixa de rodas. Nota 10.
 
Design -  Cada  detalhe é pensado e pesado, mas o conceito geral é  conservador. A  linhas são previsíveis e falta ousadia. Há, claro, a imponência   intrínseca a um carro de alta performance  que exige rodas aro 19 para  acomodar  os gigantescos discos de freio. A ideia básica é não  desagradar, principalmente  os mais velhos, consumidores potenciais de  sedãs grandes de luxo. Nota  8.
 
Custo/Benefício -  A  versão 4.2 FSI Quattro, a R$ 505 mil, fica um pouco  acima dos R$ 490  mil da S500 e bem abaixo dos R$ 545 mil da 750. Os três são  carros  equivalentes, só que Audi e BMW são mais recentes  chegaram ao mercado   em 2009  e, por isso, mais valorizados. O problema é que os impostos  no Brasil  limitam os modelos ao alcance de magnatas. Nota 6.
 
O Audi A8 somou 88 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
 
                O A8 é um daqueles  poucos carros que merecem alguma  liturgia na hora do teste. Algum  cerimonial que expressasse a singularidade da  experiência. Dirigir ou  mesmo pilotar o sedã da marca alemã fica alguns níveis  acima da  sensação que é conduzir um carro comum, do dia a dia. Para ficar no   mesmo grupo empresarial, numa linha evolutiva, estaria no extremo oposto  da  experiência de dirigir um Fusca, em que chegar ao destino é uma  prova de fé e  sorte. No A8, não tem erro. E caso ele seja cometido, o  sedã trata de  corrigir.
 
                No trânsito urbano, o  "bacana" ao volante pode até sofrer  um derrame sem que isso provoque um  acidente, graças ao sistema Stop&Go, que  freia o carro até parar  na eminência de uma colisão. Há ainda o Night Vision,  que detecta e  destaca na imagem projetada no painel de instrumentos a presença  de  animais  racionais ou não  à frente do carro. Isso além, é claro, de  ESP,  ABS, EBD e a tração integral Quattro.
 
                O A8 se transforma ao  humor de quem conduz. Se pilotado  agressivamente, endurece o jogo de  direção, enrijece a suspensão e estica mais  as marchas. Conduzido de  forma suave, torna-se um perfeito carro de desfile, com  molejo e  silêncio. A aceleração tanto é capaz de colar o corpo ao banco quanto   tornar imperceptível o ganho de velocidade.
 
                O interior esbanja  requinte e bom gosto. O interior combina  rádica, alumínio, couro e  alguns toques de plásticos nobres, no estilo black  piano. A área para  pernas e cabeças são mais que generosas. O habitáculo pode  ser  escurecido por persianas elétricas nas janelas traseiras. Os bancos têm   massageadores de costas e os traseiros podem ser ligeiramente  reclinados. Tem  sentido. Afinal, tudo no sedã alemão provoca uma  relaxante sensação de  segurança.

Ficha técnica
 
Audi A8 4.2 V8 FSI Quattro
 
Motor: A gasolina,  dianteiro, longitudinal, 4.163 cm³, com oito cilindros  em “V”, quatro  válvulas por cilindro, comando duplo de válvulas, comando  variável de  válvulas e injeção direta de combustível. Ignição eletrônica e   acelerador eletrônico.
 
Transmissão: Câmbio  automático de oito marchas à frente e uma a ré com  opções de mudanças  manuais sequenciais na manopla da transmissão ou através de  borboletas  no volante. Tração integral com bloqueio do diferencial central.   Oferece controle eletrônico de tração.
 
Potência máxima: 375 cv a 6.800 rpm.
 
Torque máximo: 48 kgfm a 3.500 rpm.
 
Diâmetro e curso: 84,5 mm x 92,8 mm. Taxa de compressão: 10,5:1
 
Suspensão: Dianteira  independente em alumínio com cinco braços duplos,  molas helicoidais,  amortecedores pneumático com regulagens e barra  estabilizadora.  Traseira independente com braços trapezoidais, amortecedores   pneumáticos com regulagens e barra estabilizadora. Oferece controle  eletrônico  de estabilidade.
 
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. ABS, EBD e assistente de  frenagem de emergência.
 
Pneus: 275/40 Z R19.
 
Carroceria: Sedã em  monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 5,13  metros de  comprimento, 1,95 m de largura, 1,46 m de altura e 2,99 m de   entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais dianteiros e traseiros e  do tipo  cortina.
 
Peso: 1.835 kg.
 
Capacidade do porta-malas: 510 litros.
 
Tanque de combustível: 90 litros.
 
Produção: Neckarsulm, Alemanha.

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