Terceira geração do modelo ganha melhorias para se tornar novamente um carro global
A terceira geração do Focus lançada no último Salão de Detroit, em janeiro de 2011, faz parte da estratégia da Ford de produzir mais modelos globais e reduzir seus custos operacionais ao redor do mundo. Para isso, o carro utiliza uma evolução da plataforma C1, lançada no Focus de segunda geração em 2004. Esta arquitetura, segundo a marca norte-americana, foi extensamente retrabalhada para aprimorar o comportamento dinâmico. Ao mesmo tempo, o sedã agora bebe na mesma fonte de design do hatch modernoso e têm linhas mais elaboradas que os anteriores. A Ford brasileira ainda não tem previsão, mas especula-se que até 2014 ocorra a renovação da linha feita na Argentina.
O Focus 2012 representa o fim da diferença histórica que havia entre o carro feito na Europa – e no Mercosul – e o Focus norte-americano. Nos Estados Unidos, o médio se manteve na primeira geração desde então, apenas com modificações visuais bem ao gosto do consumidor local. Agora, o novo carro vai ser produzido lá tal qual no resto do mundo. A terceira geração do modelo é claramente mais sofisticada que a anterior e oferece itens de conforto e tecnologia antes encontrados somente em carros de categorias superiores. No estilo, o sedã ostenta linhas mais harmônicas, deixando no passado o visual até então meio destoante do terceiro volume.
Debaixo do capô, o mercado norte-americano terá uma opção de motor exclusiva, o moderno Duratec 2.0 litro Ti-VCT com injeção direta de gasolina e comando de válvulas variável para atingir os 160 cv, que também pode ter o câmbio Powershift de dupla embreagem e seis marchas ou um manual de cinco velocidades. Na Europa, também estarão presentes duas versões do motor 1.6 litro Duratec a gasolina, com 105 e 125 cv, já usadas pela segunda geração do carro. Além deles, dois 1.6 Duratorq a diesel com 95 e 115 cv. Os europeus ainda poderão ter o carro com o 2.0 Duratorq a diesel em três variantes: com 115 cv, 140 cv e 163 cv, que podem vir acopladas ao novo câmbio automatizado de dupla embreagem Poweshift de seis marchas ou a um câmbio manual de seis marchas. A Ford jura que os motores a diesel conseguem encostar nos 24 km/l de consumo médio.
Para aprimorar a eficiência dos propulsores, a Ford instalou dispositivos que ajudam o motor a consumir menos, como a direção com assistência elétrica, o programa de condução Eco Mode, que incentiva o motorista a dirigir mais economicamente mostrando pequenas folhas num display no painel conforme a eficiência da direção aumenta. E um curioso sistema chamado Active Grille, que pode fechar a grade frontal automaticamente quando o motor não precisar de refrigeração direta para melhorar a aerodinâmica e gastar menos.
Por dentro, o novo Focus norte-americano traz muitos equipamentos de conveniência, como o sistema My Ford Touch, que permite ao motorista controlar diversos sistemas do carro como som, ar , telefone e navegador GPS através de uma tela de oito polegadas sensível ao toque, comandos de voz e botões específicos no volante e painel. Além dele, o novo sedã traz sistema de estacionamento automático, ar condicionado de duas zonas e o aparelho de som com 10 alto falantes da Sony. No capítulo da segurança, o Focus vem recheado com seis airbags, ABS, controle de estabilidade e monitoramento da pressão dos pneus. Câmera de ré e sensores de estacionamento aparecem nas versões mais caras.
Para ter um carro com todos os equipamentos disponíveis, entretanto, é necessário desembolsar uma quantia maior, pois muitos itens são opcionais. No México ou nos Estados Unidos, um Focus recheado de tecnologia pode superar o equivalente a R$ 42 mil e as primeiras unidades devem ser entregues naqueles mercados a partir de abril. O Focus sedã mais barato à venda no Brasil sai por R$ 55.710, com o motor 1.6 16V Sigma.
Primeiras Impressões
Classe média alta
Provavelmente, a maior mudança em relação à geração anterior do Ford Focus foi a melhoria do isolamento acústico. O novo sedã é muito mais silencioso e refinado, com boas reações tanto da direção quanto da suspensão. É um carro bem construído, com bom desempenho em curvas e frenagens seguras. A posição de dirigir é impecável, com todos os comandos próximos ao motorista. E, ainda que sejam muitos botões no volante, é fácil se acostumar com a localização de todos e logo eles passam a facilitar a vida a bordo.
O câmbio Powershift de dupla embreagem e seis marchas oferece trocas rápidas, mas as relações de marcha são longas, para priorizar o menor consumo de combustível, segundo a Ford. Isso faz com que em alguns momentos o motor pareça ter pouca força, mas o modo Sport da transmissão elimina prontamente tal sensação. Um ponto negativo é a falta de borboletas no volante para a troca sequencial manual das marchas, eliminadas para não comprometerem a ergonomia, tamanha a quantidade de botões já instalados ali. Tampouco há um espaço para mudanças movendo a alavanca para cima ou para baixo. As trocas manuais são realizadas através de um botão na alavanca, o que é incômodo e pouco prático.
De uma forma geral, o interior do novo Focus é confortável e aconchegante. Os bancos são envolventes e o volante tem uma pegada esportiva. A versão Titanium equipada com o poderoso motor a diesel de 2 litros e 163 cv certamente não será um best seller, mas pode garantir boa dose de esportividade ao motorista.
Nas estradas, fica claro que a direção poderia ser um pouco mais "dura", a fim de garantir o que se pode chamar de "pegada esportiva". Mas o Focus prefere ser (e consegue) um carro confortável e fácil de dirigir. A nova direção elétrica assistida e o controle eletrônico de tração vêm de série no modelo. Outro ponto que ganha destaque ao volante do novo Focus é a sensação de segurança transmitida pelo carro. Vale ressaltar que este é o primeiro modelo da Ford com sistemas de frenagem automática de emergência em baixas velocidades, antes disponível apenas em segmentos superiores. Assim fica mais fácil acelerar.
Postado por
Leonardo Henrique - W.v.C
on quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
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