Passat - Sempre discreto

Teste: Passat - Sempre discreto
Novo Volkswagen Passat mantém a tradicional sobriedade e falta de ousadia

O nome Passat tem tanto peso que é, provavelmente, a maior bandeira da Volkswagen depois do Golf. É um nome que remete à qualidade e robustez em um veículo de proposta assumidamente familiar. E uma história que começou em 1973 e soma mais de 15 milhões de unidades vendidas até hoje. Na Europa, não é considerado um modelo premium, mas se estabeleceu entre os construtores generalistas como referência do segmento. Por exemplo, para o Opel Insignia ou o Ford Mondeo, o sedã da Volkswagen é o rival a ser batido.
Apesar de a marca considerar este Passat como uma sétima geração, a verdade é que a base é a mesma do modelo anterior. Mas, pelas diversas alterações realizadas, os alemães defendem que este é um modelo totalmente novo. Defesa que se sustenta em uma estética original – toda a carroceria é nova – e no aumento de tecnologia oferecida, em termos de conforto e de segurança.

Uma das maiores novidades é o sistema de detecção de cansaço. Este dispositivo avalia o padrão de comportamento do motorista no início da viagem, através do esterçamento da direção, do movimento dos pedais e do corpo do motorista, e emite sinais visuais e sonoros caso haja um desvio da atitude iniciais. Se não houver parada para descanso nos 15 minutos seguintes, o sinal é repetido. A Volkswagen avisa que este sistema não é um “detector de sono”, e sim um alerta quando surgem lapsos na concentração ao volante.



Por fora, foi seguida a ordem natural das últimas criações estilísticas da fabricante alemã, caracterizada principalmente pelos faróis dianteiros e lanternas traseiras. E também pela grade de quatro frisos cromados que remetem ao topo de gama Phaeton. Este Passat é sóbrio, mas tem personalidade, como é hábito na marca.

Por dentro, também não há revoluções. O console central semelhante ao do Passat CC é o elemento mais chamativo. E o acabamento é razoável, mas a parte inferior do painel é feita de um plástico de má qualidade, que contrasta com os materiais suaves e agradáveis ao toque na parte de cima. A tela de entretenimento e informações do veículo é do tipo touch-screen e a maioria dos comandos são intuitivos. O botão do freio de estacionamento elétrico fica junto à alavanca de comando da caixa de velocidades.

A  versão testada é a Highline e já inclui controle da pressão dos pneus, sensores de estacionamento e o referido sistema de detecção de cansaço. Outras novidades como a suspensão com ajustes eletrônicos – DCC –, cruise-control adaptativo com função de frenagem de emergência abaixo dos 30 km/h, assistente de manutenção da faixa de rodagem – Lane Assist – e o já conhecido sistema de estacionamento automático, Park Assist II, estão na lista de opcionais. De fábrica, o Passat TDI 140 Highline custa 39.215 euros, o equivalente a R$ 93,4 mil.

A linha de motores escolhida pela Volkswagen para mover o sedã também é extensa. Entre as opções a gasolina, estão o 1.4 TSI de 122 cv, 1.8 TSI com 160 cv, 2.0 TSI de 210 cv e o topo de linha 3.6 V6 de 300 cv de potência. Nos propulsores a diesel, a gama vai do mais fraco e mais eficiente 1.6 TDI de 105 cv, chegando ao 2.0 TDI com duas potências diferentes: 140 cv – como o testado – e 170 cv.

               

Impressões a dirigir

Sempre eficaz

Lisboa/Portugal -
Mesmo que essa não seja a sua vocação, o Passat não fez feio em uma estrada sinuosa percorrida a um ritmo mais forte. O sedã da Volkswagen encarou a pista com grande serenidade. Nas curvas feitas com maior empenho, nota-se que o conforto é mais importante, mas que a dinâmica não foi deixada de lado.

Mantendo o ritmo forte, também percebe-se que o ESP está bem calibrado, com intervenções cirúrgicas que não comprometem a velocidade de saída da curva. As oscilações da carroceria existem, mas são controladas, e as reações no limite são sempre progressivas e transparentes. Na hora de frear, a confiança se mantém, graças à eficácia com que as pastilhas mordem os quatro discos do freio. Os dois da dianteira são ventilados.

O prazer em dirigir o Passat também é conquistado pelos bancos em couro da versão Highline, com estrias horizontais e ajuste dos encostos de cabeça em profundidade. A caixa manual de seis velocidades demonstra precisão e rapidez, enquanto a direção também prima pela precisão.


Com um volante atraente e uma boa posição de condução, o Passat convida a ir para estrada, onde gosta de exibir as qualidades do motor 2.0 TDI de 140 cv, com tecnologia BlueMotion. O modelo ganhou um sistema de regeneração de energia nas frenagens e o conhecido start/stop. Para alguns o liga e desliga é irritante, mas tem benefícios comprovados.

A impressão é de que o TDI perdeu em fulgor aquilo que ganhou em suavidade, o que, aliado a relações de caixa mais longas, promove eficiência e contenção nos consumos. O problema é que ele perdeu o caráter explosivo típico dos TDI da Volkswagen. Até a sonoridade está mais filtrada. O desempenho está dentro das expectativas face à relação peso/potência de 10,4 kg/cv. O ponto positivo é que é fácil conseguir marcas de consumo próximas a 17 km/l em auto-estrada. E, se pensarmos que o tanque pode levar 70 litros de diesel, sobram elogios para a autonomia.

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